As Portas do Medo

Para Antônio Fraga

as portas escorrem do rosto do dono

agradecem o posto

e ocupam o espaço do medo

as portas nada sabem

do suor que escorre

do rosto operário

as portas quando abrem

morrem de medo

do rosto suado

que produz a porta

as portas quando fecham

aprisionam o lucro

e seguram o futuro

nas grades

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1) Publicado em A Toca do (meu) Poeta - Nº 13 - NOV/1983 - Guarabira (PB).