Balada civil de contemporânea forma
mesmo cidadão
ainda é pouco
rasgar a lei
do meu esforço
mesmo cidadão
ainda é tanto
subtrair a vontade
do espanto
mesmo cidadão
ainda é lógico
arcar com o nada
do meu ócio
mesmo cidadão
ainda é falsa
toda a exatidão
da matemática
mesmo cidadão
ainda é nua
a rebelião
que me construa
mesmo cidadão
ainda caibo
nos limites de tudo
em que me calo
mesmo cidadão
ainda falto
nas noites que me envolvem
como fardos
mesmo cidadão
ainda trago
na esteira das mãos
o meu arado.