Velha

Velha…

Era uma velha

Muito velha,

De tão velha que era

Já nem sabia a idade,

Era mesmo velha,

Tão velha

Que de tão velha

Nem sabia se tinha tido,

Ou não, mocidade.

Com o tabaco que mascava

Bolas, a velha, enrolava,

Desde manhã

Até à tarde.

Vestia cores garridas,

Contava histórias divertidas,

A velha,

Tinha cara de felicidade.

À corda saltava,

À bola jogava

Com crianças de pouca idade,

Era tão velha,

Mesmo muito velha

E não perdia a jovialidade.

Família não tinha

Conhecido

Não sabia se era viva

Ou se tinha morrido

Era uma velha

Muito velha,

De tão velha que era

Já nem sabia a idade,

Nunca se deixou prender

Pois adora viver,

É velha, muito velha,

E chama-se Liberdade.

Francis Raposo Ferreira