COROA, CARENTE, AMBULANTE

COROA, CARENTE, AMBULANTE

Ela rodava para lá e para cá,

Parecia toda amassada, cansada,

De rolar pela suja estrada.

Até senti certa pena.

Em seus movimentos desesperados

Ela se jogava entre os carros,

Fazendo certo barulho,

Sua voz parecia metálica.

Imaginei quem poderia ter sido

O autor de seu corpo partido.

Simplesmente depois de usá-la

Jogou-a fora como lixo.

E ela cumprindo seu triste destino,

Rolava para cá e para lá,

Até que cometeu um desatino,

Sem saber ao certo aonde ir,

Resolveu aterrissar na cabeça

De um passante no acostamento

Lá ficou ela quase enterrada

Enquanto o rapaz em vão,

Tentava arrancar aquela coroa

Que lhe assentara meio torta.

Saí do carro, abri a porta,

Lamentando o terrível incidente

O super cílio aberto sangrava

Ferido pelo metal da pobre velha

Como uma coroa de lata

Ela finalmente estava sossegada

Agora tinha novo amante,

Não seria mais ambulante,

A que outrora fora posta fora,

Pela janela de um veículo.

Seu maldito ocupante

A jogou para a estrada

Satisfeito cheio de refrigerante

Seguiu sua jornada.

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 22/04/2010
Código do texto: T2213149
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