r. joão saraiva - uma visão possível

à porta da fábrica de sonhos

fungos

gritam à espreita

de um lugar para respirar

em frente toupeiras

de sombra

de sombra colada na parede

fumam restos de tempo

abutres para cima

e para baixo

bem arranjados finamente

penteados para cima

e para baixo

comem almas de ratos penados

escondido

pela máquina dos selos

está um poeta

a dizer de cabeça

poemas obscenos

aos corpos das mulheres que passam

Luís Abreu

http://luisabreu.resolucaoinfinita.com

Luís Abreu
Enviado por Luís Abreu em 22/08/2006
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