Guerrilheiro

Nobre nosso guerrilheiro, cata a espada com o beiço

Gira-a em torno de seu próprio semi-eixo

A lutar contra o horror

Pedem homens paz na Terra

Mesmos homens pedem guerras

Guerrilheiro, meu pastor?

Lutas pela vida de meus filhos

Ou dos tantos mal trapilhos

Erradicas toda a dor?

Com tuas armas poderosas

Tuas bombas, minha prosa

Vê-se como bela flor

São tão lindas as palavras

A exaltar o rancor que lavras

Guerrilheiro, meu mentor

Ergue a foice e o martelo

O cajado e o marmelo

Pronunciando ‘paz e amor’...

Diga apenas, se puderes

Não percebes a quem feres

Quando ages sem pudor ?

Tu disseste, e nunca erras

Que a morte destas guerras

Não enobrece seu teor

Ora, logo, tu, rebelde e doido

Louvando este fétido coito

Entre a bala, a pele, o sangue, sem candor...

Invade-te corrente gelada

Emoção estagnada

E leva embora teu calor

Se não morrermos todos

Mesmo a parte dos só tolos

Morrerá seja quem for?

RF

(Todos os direitos reservados a Shaping Perfomances, Inc, publicado n'Os Intensos, www.osintensos.blogspot.com, Agosto de 2006)

O Intenso
Enviado por O Intenso em 25/08/2006
Reeditado em 27/08/2006
Código do texto: T225183