Meu pobre país

A nação que eu aprendi a amar,
não é esta que se mostra ao mundo;
Um povo a mercê de um giramundo,
mendigando um pouco para à fé somar,
esquecido por quem aqui devia estar,
ao lado e com a sua sofrida gente infeliz;
Devia estar este que é de fé um aprendiz,
das insanas políticas injusta internacionais,
ao invés de se perpetuar um herói nos anais,
abandona o seu povo e um grande homem se diz!

Este país que um dia deixarei ao meu neto,
não foi fabricado numa tela de cinema,
não surgiu no sujo bojo de algum esquema,
tem o sangue que discordou do soberano veto,
quando no submundo proibido e discreto,
maquinou a verdadeira e pura revolução;
Se hoje há liberdade, paz e pão,
veio bem antes destes que se dizem libertadores,
a minha pátria não precisa de fingidores,
mas dos heróis que temos no coração!

Heróis como Herzog, Marighela e Lamarca;
Não podemos viver da passageira ilusão,
nem devemos e nem podemos deixar este chão,
com estas utópicas e fantasiosas marcas;
Minha nação respira o esgoto aberto,
porque com certeza sempre bem perto,
a corrupção abunda até em pouca riqueza,
e mergulhado no vero esgoto a pobreza,
é presa fácil do governante sutil e esperto.

Este país não é meu, e não será seu,
pois nem para a convulsão tem força mais,
talvez um dia na sombra dos nossos quintais,
desfilem bandeiras com estranhas linguagens,
e abraçado a homens de outras linhagens,
aquele que não enfrentou os marechais,
e que se cobriu de glórias em suas miragens!



Malgaxe
 
 
 
 
 
 

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 20/05/2010
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T2268879
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