Alegria
Não quero a alegria que termina
Ao atravessar uma esquina
Numa noite embriagada e fria.
Não quero a alegria que termina
Numa curva entorpecida
De euforia alcoólica.
Não quero a alegria solta
Numa gargalhada nervosa,
Desatinada e sem hora.
Não quero a alegria cega
Compartilhada com drogas
E com companhias desastrosas,
Numa noite badalada
E desritmada.
Não quero a alegria tola que me engana
Com ingênuas ideias e promessas.
Não quero a alegria acompanhada
Por um amante sedutor,
Que me jura falso amor
Por trás do cobertor.
Não quero alegria passageira
Que desorienta
E me desnorteia.
Não quero a alegria regada
À mesquinhez e insensatez,
Que acaba pisoteada
Por um povaréu
Numa Avenida de Carnaval.