(foto by Marco Angeli)

Como Seria?

Um país sem falsos guias, sem a odiosa demagogia, sem dinheiro nas cuecas, desmarginalizando as periferias, como seria?

Um país sem mais bravatas, sem conluios e promessas falsas, sem tantas falácias, sem jogos de cartas marcadas, onde quem ganha é a burguesia, como seria?

Um país sem ideologias vãs, sem conchavos, sem escabros, sem o ganhar do pão roubado, daqueles que acreditaram em vocês um dia, que depositaram em uma urna, toda a fé em um melhor dia, como seria?

Um país com mais decência, sem escândalos que arrepia, sem um juiz que não se contenta e mete a mão onde não devia, sem um governador gaiato, que faz a prece a luz do dia,agradecendo a propina, para bancar a mordomia, tirando de milhões que tem fome, e precisam de moradia, enquanto que quem roubou um pão, foi preso na padaria, foi chamado de ladrão, e no presídio foi passar seus dias,como seria?

Um país com uma justiça realmente cega, como aprendemos nos livros, os defuntos do Vigário Geral com seus prantos mal ouvidos, a dama de vendas absolveu, os bandidos mais temidos, os sob a tutela do Estado, está tudo invertido, como seria?

Um país com mais pão que circo, com apologia aos livros, sem tanta alienação, sem carneirinhos entretidos, se esquecendo que carneiros são o prato preferido, dos locupletadores de sonhos, que em um palanque falam bonito,os que em troca de tostão, sepultam quaisquer princípios, como seria?

Um país sem religião que vende chão no paraíso, se esquecendo que Deus não se vende, para que assim seja sentido,a teoria do se dar bem, virou moda e é um perigo, não nos esqueçamos que quem fere,mais adiante será ferido, como seria?

Um país sem tanta safadeza, sem tantas maledicências, sem tantos filhos da puta no poder, que só se preocupam com seus gananciosos bolsos e definitivamente com os seus, em detrimento do sofrimento de um já tão sofrido povo cujos anseios são apenas viverem uma vida mais digna e serem tratados como cidadãos que são,como seria?

O poeta perde a pose em meio a tanta hipocrisia, esquece o rebuscado das palavras e da fina poesia, chuta o balde das letras e parte pra baixaria, pois, ele em papel esboça o país que tanto queria, sem tanta opressão e tanta dicotomia, sem nepotismos disfarçados, e promessas de apenas um dia, nos unamos em um só brado, e indaguemos com ousadia, uma pergunta tão sensata que há de ser feita um dia: como seria?
O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 05/06/2010
Reeditado em 24/05/2012
Código do texto: T2302408
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