Ode do Caricato

Ode do Caricato

Sociedade Joseense,

Academia Jacareiense,

Dessas nunca pertenci.

Não tenho sangue nobre

Nem desfilei no Perfil.

Essa vida, não escolhi.

Mulheres dessa casta

Sempre foi do seu ardil.

Socialites sediadas,

Atrás de um balcão,

Com diploma de Direito

Que sem exercê-lo estão.

Misses da década de 50,

Senhoras do século passado,

Embora maracujadas

Com porcelanas guardadas

Para servir seu amado.

Bancárias desajustadas,

Que buscam senão um pai

Orientadas no vestir e no falar.

Pensam o que ele pensa

E nada mais podem afirmar.

Quem sabe o papel de amante,

Uma volte um dia a trilhar

E os cornos que outra usava

Seu marido venha a usar.

Pois agora abastada

Com polpuda indenização

Foi por ele encontrada.

Isso, chamou sua atenção.

Diz que essa foi a única amada.

Talvez por não ter opinião

Ou por esperá-lo por vinte e um anos

Por plena presunção.

Nobre colega acadêmica

do fado não escapou

para se livrar dessa realidade

oito anos levou.

Todas foram damas, nenhuma da ralé

Paralelamente correndo em raias,

Esposa, amantes, avulsas

E “amigas”, todas que já foram “servidas”.

Permanecem nas baias interioranas,

E sempre o estão a rodear.

Todas voltariam

Ele vive a afirmar

Basta um telefonema

Para a elas se achegar.

Acha-se muito eficiente

Vive a se gabar

Pois é um homem impar

Isso não se pode negar.

Não precisei de oito anos

Para meu feeling usar.

Em breves oito meses

Consegui meu exemplar.

Tentativas de menosprezo,

De auto-estima baixar

Deboche, e cruel opinião

Pude colecionar.

Nessa não caio, não.

A mim ninguém vai usar.

Auto estima não perco

Pode o sujeito tentar.

Se vier com pé em meu peito

Dois nos escrotos irá levar.

Vera Bayerlein
Enviado por Vera Bayerlein em 14/07/2010
Código do texto: T2376429
Classificação de conteúdo: seguro