Rua do nada

Um céu em tempestade, uma madrugada fria.

Uma rua de lamentos e prantos, escura sem a luz da lua.

Tenho meu rosto perdido,

Meus olhos vazios, molhados por lágrimas de dor.

Entre olhares indiferentes,

Vagueio em passos errantes,

Minh’alma já não alcança o espelho,

Para que eu possa me ver na luz da vida.

Aqui, uma vida se acaba a cada instante,

Saciando os desejos impuros de homens insanos,

De pecadores que buscam descarregar suas taras, dores e medos...

Na rua do nada, os fracos e nobres tombam com a ventania,

Aqui se vive um sonho sem noite, sem albergue...

Sem um anjo que lhe toque a alma.