O que dita a minha poesia

Pertenço ao barro

À terra macia

Composta de campos

E densa mata soturna

De minha prenhez

Sou sua própria cria

O que dita minha poesia

Já nasce pronto

Pode ser idéia vazia

Meu maior pecado

É calar o pensamento

Lavar o cabelo com orvalho

Caído da boca do sereno

De uma noite solitária

Toda desnuda ao relento

O que dita minha poesia

Nasceu comigo num tempo

E agora me extasia

O que faço de mim mesma

É algo vil, inusitado

Proponho ao ‘dolce far niente’

Uma paixão descabida

Onde o perigo esmorece

E todo pudor foge aviltado

O que dita a minha poesia

Está contido no Universo

Ao amor somente contagia

Nadilce Beatriz
Enviado por Nadilce Beatriz em 26/08/2010
Código do texto: T2461491