Poema-Carta

Ao Ilmo. Senhor Prefeito de João Pessoa.

Excelentíssimo Prefeito

Senhor Ricardo Coutinho

Deixe fazer um pleito,

Aqui neste cantinho

Pelo poder a vós conferido,

Não encontrando outra opção

Venho lhe fazer um pedido

Oriundo de uma decepção

Um poeta andarilho

Que inventa o seu caminho

Foi a Praia de Tambaú

Pra se divertir um pouquinho

E vem por meio deste

Não sendo por mal

Pedir mais presença

Do poder municipal

Fui com a família reunida

E o que vi me entristeceu

Lotearam a areia do mar

Foi isso que aconteceu

Estão alugando cadeiras

Por dez reais a unidade

Já não bastam os espertos

Que especulam na cidade

Em outros cantos,

Me confirme quem já viu,

Você senta e só paga

Por aquilo que consumiu

E minha pobre filha

Que tomou uma bolada

De uns cabras imbecis

Que jogavam pelada

Não podiam estes

Se fossem educados

Ir jogar sua bola

Num lugar reservado

Outra coisa interessante

Que me deixou espantado

Foram os preços abusivos

Muito acima do mercado

Dos bares da orla

Que por ali instalados

Utilizando local público

Nem por isso acanhados

Duzentos por cento de lucro

É a meta estimada

De explorar o consumidor

De uma só facada

E na maior cara de pau

Tratando-nos como jumentos

Ainda acham pouco

E cobram dez por cento.

Coisa triste também

É a sujeira encontrada

A impressão que se tem

É de uma praia abandonada

A toda sorte de violência

Ainda ficamos expostos

Não encontra-se um guarda

Nem mesmo algum posto

E desse jeito suplico

Se não for incomodar

Um maior empenho

Deste patrimônio cuidar

Que não é meu nem seu

E embeleza toda cidade

Não sendo meu, nem seu

É de toda humanidade.