Nossas cores

São verdes

como a relva da manhã

nossas colinas, prados

nossa esperança, criança

nossos horizontes, futuros

São vermelhos

como a nossa terra, Gaia

nossa luta, bandeira

nossa raiva, indignação

nosso sangue, ação

São amarelos

com nossos filhos, desnutridos

nosso garimpo, ouro de tolos

nossa fome, verminoses

nosso pálido sorriso, anêmicos

São azuis

como nosso céu rural, camponeses

nossas vestes, re-voltadas

nossos olhares, corsários

nossas fontes, utopias

São pretos

como nosso incerto destino

nosso óleo cru, exportado

nossa gente cativeiro, excluída

nossa derrama, suor, sangue e cerveja...

AjAraújo, o poeta humanista, poema escrito em 1980.