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O artesão de ideias 


Não sou poeta de gabinete...
Vivo pongado no dia-a- dia,
recolhendo os fatos.

Como os garís recolhem o lixo,
eu fico recolhendo
os entulhos das ideias,
para fazer reciclagem.

Ideia pouca é bobagem,
nas mãos
de um artesão popular.

São pedacinhos de letras,
que se tornam anéis...
São contas não pagas,
que se tornam gargantilhas...

São tantas ideias simples,
desprezadas pela sociedade burguesa.
E o artesão vai colhendo uma por uma...
No final do dia, o poema está na mesa.
Sirvam-se.