A BOLA ROLA

Ele mascava chiclete e navegava na net, ela fritava ovo e assava bolo, não gostava de nada de novo, mas criava galinhas e amassava farinha.

Ele queria pão, ela cozinhava feijão, ele queria ouvir noticias e ela queria as primícias.

Ela chiava... e ele comprimia.

Jogava a bola e ela amola, ela cortava carnes, e ele colhia rosas com cor de rosa.

E a bola rola...

Ele era inteligente, ela tinha dor de dente.

Ela queria usar maiô, e ele ia visitar o vovô.

E a bola rola...

Ela queria mudar o visual, e ele queria comida com mais sal.

E a bola rola...

Ela queria ter mais amigos e festas, ele queria ir mais fundo em suas promessas, mais não se lembrava delas.

E a bola rola...

Ela fazia chá de canela e ele olhava a vida pela janela.

E a bola rola...

Ele gostava dela, ela gostava dele.

E a bola rola...

E a vida era assim, sem frenesi.

Psiu!

E a bola rola...

O jogo ainda não começou... mas há expectativas e torcedor.

E a bola rola...

Os jogadores ainda não se viam, estavam com miopia, mas, ainda se enfrentariam, ninguém queria perder...

E a bola rola....

Ele saiu para o campo,

O juiz pegou a bola...

Os torcedores estão vibrando....

O juiz apitou....

Ora, bolas!

O outro time se acovardou.

Ela não gostava de nada de novo,

Ele queria comer doce, ela lhe deu boldo.

Ele foi para o campo, queria jogar bola,

mas não encontrou nenhuma bola,

então começou a colher rosas.

Rose Silva