Urbana


Urbana matéria de luxo e miséria
De sons que perturbam a alma
E de luzes que iludem – aparentam calma.
Tudo simula um dom colorido
E as esquinas e as penumbras
Guardam cores de riscos contidos.
Urbana a tecnologia o crescimento
A maravilha que espalha
E o desemprego atrapalha
E executa tedioso lamento.
Falamos urbanos gemidos
Profanos em tantos sentidos...
De poesia dificultada e música dolorosa
Naturalmente abre os braços
Carinho demanda espaço,
Ternura, aconchego e amor;
E busca o polido, o projétil perdido,
A cidade de braços pro abraço;
Alma bucólica, de natureza sequiosa
Talvez um silêncio amigo
Ecoe na próxima prosa.