MENINO PEDINTE

Na rua escura, ao cair do dia

Um frágil soluçar eu escutei

Soluços envergonhados, agonia

Do menino que vi quando olhei

De vestes velhas e esfarrapadas

Sentado no chão, apoiado na parede

Lágrimas correndo nas faces molhadas

Menino tremendo de frio e de medo

Escondendo o rosto com sua suja mão

A outra estendida pedindo uma esmola

Ocultava o desgosto e a desilusão

Menino pedinte. Menino de escola

Agradecia educado o tostão recebido

O frio metal gelava seu coração

Talvez com sorte e bem sucedido

Pudesse jantar um pouco de pão

Não sei quanto tempo fiquei olhando

Aquele menino que perdeu a esperança

E mesmo sem querer fui recordando

O quanto eu fui feliz quando criança

João Guerreiro
Enviado por João Guerreiro em 22/11/2010
Código do texto: T2629386
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