MENINO PEDINTE
Na rua escura, ao cair do dia
Um frágil soluçar eu escutei
Soluços envergonhados, agonia
Do menino que vi quando olhei
De vestes velhas e esfarrapadas
Sentado no chão, apoiado na parede
Lágrimas correndo nas faces molhadas
Menino tremendo de frio e de medo
Escondendo o rosto com sua suja mão
A outra estendida pedindo uma esmola
Ocultava o desgosto e a desilusão
Menino pedinte. Menino de escola
Agradecia educado o tostão recebido
O frio metal gelava seu coração
Talvez com sorte e bem sucedido
Pudesse jantar um pouco de pão
Não sei quanto tempo fiquei olhando
Aquele menino que perdeu a esperança
E mesmo sem querer fui recordando
O quanto eu fui feliz quando criança