Trinta Segundos

Trinta Segundos

E tudo é movimento

Labuta, sono, labuta, sono,

sem reflexão!

E tudo é cruel,

não há tempo!

Que tempo?

O que é o tempo?

- Devora - se o tempo.

Morte.

A cova chega, enquanto a alma ainda sangra!

São sete minutos!

São trinta segundos!

Disparo,

medo, mutação dos corpos,

dos sentidos

Falsa moral!

- Mas o que é moral?

São sete minutos!

São trinta segundos!

Excluir?

E a família?

- Mas, que família?

Vovó se foi, papai se foi, o irmão se

foi.

São sete minutos!

São trinta segundos!

Um novo ídolo!

E a miséria?

Cercada?

Ou você, cercado de miséria?

São trinta segundos!

São sete minutos!

Em segundos, o amor, reduzido ao precário, ao tempo do gozo.

E a vida passa, desapercebida,

E foi – se o sonho e já não há,

tudo é momento,

tudo é movimento de labuta,

sono,

Shopping.

São sete minutos!

São trinta segundos!

O desejo que se dissipa no torpedo na apagado,

na imagem deletada,

no recado excluído,

já não há,

e

tudo é movimento,

neoliberal

capital

lixo

sangue

abandono

São sete segundos!

São trinta segundos!

E o belo tem brilho?

Ouro de tolo.

E a escola?

Para quê melhora?

Pão, leite, uniforme

Cartão.

Bom!

Mas, e a Educação?

Respeito para quê?

Dedo em riste!

São sete minutos!

São trinta segundos!

E a vida passa despercebida!

E tudo é passado,

E tudo é movimento

Sete minutos!

Trinta segundos,

Excluir?

.

Brasília - DF, 2010.

Em 2015 - tudo está pior e não é pessimismo é realidade.

- Do imaginário poético.

VivianMariaMaranhão
Enviado por VivianMariaMaranhão em 30/11/2010
Reeditado em 30/09/2016
Código do texto: T2645777
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