DESNUDOS

Soturna saudade, dolente tristeza,
enquanto caminha tão crua maldade,
nada será de muita leveza,
nem mesmo sequer a felicidade.

O medo invade o peito,
apertado em dor e ilusão;
presta ao tédio um preito
e ao luto a gratidão.

Desalmados monstros fatais,
embrutecidos canalhas banais,
de nada e em tudo diversos;
sois todos também iguais
e, para sempre, desnudos estais. 

(Poema classificado em segundo lugar no Conc. Poemas no Ônibus de minha cidade em 2004.)