VÊNUS PLATINADA
Por entre bosques, vergel de delicias, quer ínvias florestas;
Mata intransitável guarda machos barbudos, caçadores cabeludos; hirsutos...
Ingênuos pastores, isentos das dores, têm, ali perto, felicidade na ótica;
Intransigentes de outrora, mansos agora, primazia, a ética;
Sem retórica, filosofia dos estóicos, filosofia de Atenas...
Artemis, Diana; formosura e graça, se incluindo na cena
Proteção aos humanos; caça, fartura aos romanos; sina, quotidiano...
No enlevo, tangendo primitivas charangas, peito viril anunciando:
– celebração das orgias! Magias e bacanais...
Lodaçal de proverbial luxuria, escolha!
Mocidade na mata; crianças de Afrodite decoram rochedos, cascatas...
Adônis se insinua, pretere, tem planos; nascem adultérios, enganos
Personificação do amor sensualismo; mar adentra, um istmo...
Emerge do seio das vagas, na ilha de Chipre, a beleza das deusas
Astarte dantes grosseira, superada, obsoleta...
Venus, impõe mesa; platinada visto a soberba
À disposição, sacerdotes eunucos serventuários;
Sábios e ignorantes, virtuoses e idiotas; poetas e otários...
Empolgam espíritos quem se abasteceu de luz;
Rendez-vous!
Instinto sexual, aos fenícios, necessário se faz; uma outra deusa
Da fecundiidade ao tecer seus idílios de amor; fertilidade!
De Atenas à Ásia, passando por Roma, resultado, um legado
Plebeu e nobre; ocultista e mago; asiatas e europeus
Senhores e escravos, ricos e pobres desvendam segredo
Assírios e babilônios; hebreus e gentios; persas e gregos...
A sede do sobrenatural inata na alma humana vence o medo
Ocultismo dos iniciados, Freud explica: Nexus!
Charles Bukowski, simplifica; Plexus, emoção sentida...
Tudo acaba em Sexus, Henry Muller justifica.
Na ordem, invertida...Magia, filosofia e orgia; da vida, a trilogia....