SONETO SEMAFÓRICO

Cotidiana pausa pra pensar

É o rubro dessa luz que me fornece.

Malabares sem confetes voam o ar.

Do vazio, do não sonhar ele padece.

Invisível, transparente ele é.

Nunca foi, nunca será, ninguém o viu.

Não tem alma, não tem corpo, não tem fé,

Filho da pátria amada que o pariu.

Vai abrir! Chega bem perto. Uma moeda!

Acelera! Sobe o vidro. Trava a porta!

Olha a polícia! Um estrondo. Uma queda!

Um a menos! Sem problema. É ladrão!

Ninguém viu! Ninguém verá. Ninguém se importa!

Outro sinal! É o Brasil. Na contra-mão!

Raul Ribeiro
Enviado por Raul Ribeiro em 26/06/2005
Reeditado em 12/07/2005
Código do texto: T27966