A REALIDADE SE CONTRAPONDO AO FUTURO

Veja quem sou! Uma alma a delirar nas melodias do tempo

Descrevendo as imagens da vida por pensamentos e palavras

Distribuindo sentimentos nas dores faciais de crianças plangentes

Caminhando a esmo entre as multidões perdidas nas cidades...

Não ligo se você passa pelas minhas palavras e as deixa

Apensas nas telas intocáveis do alheamento dos casos

Sem sentir esse drama tão malvado sem ter o desejo

De se revoltar com a ociosidade da ordenada sociedade...

Ah! Não é contigo meu nobre amigo?

Nem com aqueles que são da tua prole

Nem conheces a dor de um olhar ferido

Pela violência tão maldita e forte.

Desperdiço x fome e muito lixo

Comida de milhões de idosos e criança

Expostos as doenças choram sozinhos

Sem ter esperança de um novo amanhã.

Lixão social é o grande jardim de muitos

Colhendo lixo sem perceber o perigo

De se contaminarem nos gases escondidos

No subsolo da terra pisoteada e mexida...

Gente que gente é essa! Da sociedade banida

Olhar carente, alma em chagas, coração ferido

Mente em chamas ainda carrega os sonhos

De viver como as maiorias alegres e felizes...

Criança trabalhando para alimentar a vida

Doente sem escola corpo desnutrido

Morando precário da sociedade banida

Sem infância morrendo sem ser ouvida...

Doze milhões sendo exploradas ou no lixo vivendo

Quarenta horas de trabalho são puras escravas

Mais de um milhão por ano morrendo

Sem as devidas providencias da sociedade...

Isso não é conseqüência da pobreza

Pode crê amigo que grita contra isso

Na verdade é um relaxo da nobreza

Que se esquece do amor real e infinito.

Lixo, criança, drogas e morte prematura

Tecnologia permeando o progresso do mundo

É a realidade se contrapondo ao futuro

De milhões que vivem na miséria profunda..

Vou escrevendo o descaso social iminente

A dor de milhares de almas deixada para trás

Sem trabalho sem um lar caminha no tempo

Esperando lentamente a morte chegar...

Denuncie você também é responsável

Tudo pode ser transformado é verdade

O mundo tem de tudo só falta à igualdade

Bate em todas as portas sem vaidade...

Luiz Gonzaga Bezerra

São Paulo 14.42 dessa sexta-feira de 2011.