ENCHENTES x MORTE x SOBREVIVÊNCIA

O tempo tá indefinido

Cidades vão à tona

É água dentro e fora de casas

Parece que tá tudo de pernas pro ar

Águas estão se rebelando virando a mesa

A natureza tá gritando sem escolta

As ânforas oceânicas estão sem represas

Estão espalhando lamúrias de revolta

Mantas asfálticas estão virando rio

É carro chafurdando na lama e nada de estio

É muita gente que sumiu e muitos confusos

O Mapa-Múndi trocou de fuso

Netuno está com o tridente insuflado

O Deus das correntes das águas

Destila incoercível sua mágoa... Seu enfado

A boiúna ou cobra grande vai deixando

Sulcos transtornados por onde passa

Habitante das profundezas dos rios

A lua cheia enche-se em maré alta em seu plenilúnio

A cidade virou lagoa, e os sapos agradecem o infortúnio

Tudo tá indo por águas acima ou em cisma seria abaixo

Como a cidade submersa da raça dos Atlantes

Que devido a bestialidade (sexo) com seres simiescos

Geraram seres inferiores como os primatas

E assim todo o continente e sua raça foram destruídos

E os poucos seres que sobreviveram ao cataclismo

Geraram assim a quinta e atual raça raiz a ariana...

Estaríamos nós Sub-reptícios diante do precipício???

A nave mãe entrou em rebuliço

Parece que João está no comando da direção

Eclipsando o enredo apocalíptico em sua revelação

Amargamente muitos têm sorvido deste chá de sumiço

Não há canais de escoamento é só lama e aguaceiros

É saco de lixo e detritos tapando bueiros

É o caos reinando no caos o verdadeiro hóspede-posseiro do lar

Agora existem novos exilados, ninguém tem onde morar!

(Jasper Mar-2011)

“Como bem cantou Dorival Caymmi”

Eu não tenho onde morar

É por isso que eu moro na areia

Eu nasci pequenininho

Como todo mundo nasceu

Todo mundo mora direito

Quem mora torto sou eu

Eu não tenho onde morar

É por isso que eu moro na areia

Vivo na beira da praia

Com a sorte que Deus me deu

Maria mora com as outras

Quem paga o quarto sou eu

Eu não tenho onde morar

É por isso que eu moro na areia