O lamento de um obreiro (em rimas dissonantes).

Quisera eu gostar do que não gosto,

quisera que meu gosto fosse um poço

aonde eu pudesse o que não posso,

Mas o espelho não mudará meu rosto,

Se eu não mudá-lo antes, aposto.

O que eu não escolho é a contragosto,

Da fruta que cuspiram, herdei o caroço

E de uma vez, então, me emposso

Tomo o que me pertence, o meu posto,

E trabalho, não reclamo, não me encosto.

Weber Palmieri
Enviado por Weber Palmieri em 14/03/2011
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