o pano verde
um pano verde
esconde a cara
o medo tem sede
mas naõ para
quando um tiro rasga as trevas
separando as pessoas
nessas maõs que são de querras
as familhas se odeiam atoa
choram esse pavor sinistro
o sangue no chão a bomba abriu
na ordem do ataque a mão do ministro
o voo do avião estraga o sonho
o odio é polvora que não dorme
um dragão tras medo medonho
a pressa foge com passo enorme
e deixa o vento para tras
a cidade reza em sacrificio
a fumaça estraga a paz
ajoelhada apreende o oficio
e nesse pano verde
a linha de croche desenha um beijo
e a vida vaga com sede
acendendo com água seu desejo