Ser Indivíduo

Os animas que estão na rua

São meus parceiros de infinito

Ouvindo seus gritos

Sinto toda agonia

Das verdades que o homem usa

Sem serem suas

Este homem chuta a relva

Chuta o ventre de sua vida

Chuta o balde

Chuta sua própria agonia

Quando a paz vagueia nas dores

É com ela que negocio a luta

Verdades, não são prostitutas

Sinto um desvario

Vendo homens na idolatria

Qual párias sem seus amores

Quando a terra enterrar lamentos

Enterro de miseráveis

Enterro das saudades

Enterros inúteis

O vazio cai no fundo de um poço

E ali fisgo a esperança de compreender

Vou ler e saber

Que piedade não é privilégio humano

Sinto os acordes dos prantos

Que os homens escondem nos fossos

Todo homem oculta sua morte no desprezo

Oculta a vida do saber

Oculta o caminho

Oculta e encurta seu futuro

Nadilce Beatriz
Enviado por Nadilce Beatriz em 02/04/2011
Código do texto: T2885900