colheita de fé
vi o vento dormindo
ali na beira da estrada
pensei que estava sorrindo
mas era só alma penada
a dor que morde o açoite
faz chuva de nuvens cantar
reune as estrelas é noite
naõ deixa a constelaçaõ se afastar
o sofrimento que antes gritava
no baile triste da colheita do algodaõ
a maõ que doida sangrava
mas como gosta das cordas do violaõ
assim sem saber eu fiz
um jeito do povo ficar
de dia contente e de noite feliz
até outro canto brotar
e no verde sagrado do trevo
fiz minha colheita de fé
a força da maõ com que escrevo
de um caminho feito a pé