PROTESTO

alguém sem nome,mas conhecida.

alguém sem olhos vê-me com doce emoção.

alguém sem ouvidos escuta meus ais!

alguém sem nariz faareja meu destino.

alguém sem boca fala-me com calorosa interesse.

alguém sem mãos acena-me inerte.

alguém sem pés pula sobre o sol cru.

alguém que outrora fora feiosamente bela.

alguém solitária mas entre muvucas.

alguém incolor colora as vidas desbotadas.

alguém ferida grita de dor sem sentí-la.

alguém que vive amargos dias doces.

alguém forte e risonha,chorosa e fraca.

alguém entre bancos e o espanto

das palmeiras imperiais

o silêncio da estátua

bramindo um protesto abstrato!

Joelson Gomes da Silva

Joelson Gomes da Silva
Enviado por Joelson Gomes da Silva em 16/05/2011
Reeditado em 16/05/2011
Código do texto: T2973099