Confins da cidade, fim do mundo
À noite eu gosto de vaguear nos confins da cidade
ao longo das fronteiras da nossa liberdade incerta
e neste caminhar ouço gritos
de vencidos e vencedores
As mães choram seus filhos
choram mães de vítimas e de algozes,
somos todos prisioneiros de um tempo cinza.
Blindamos nossos carros e corações
e vagamos num campo de batalha
onde o bem e o mal passeiam juntos
Graças a esta guerra
surgiu uma nova variedade de crianças
nossos filhos não gostam de histórias
preferem jogos para matar.
A vida humana é tão efêmera.
Saudade do tempo
em que os meninos maus
judiavam somente dos cães e gatos.
À noite eu gosto de vaguear nos confins da cidade
busco secretamente uma fuga
para uma época onde as coisas eram mais claras.
Fim do mundo que eu conheci.