Maldito

Um olhar a medo para o relógio

Em que as horas teimam em não parar...

Um suspiro, um engolir em seco,

Porque o maldito está a chegar.

Uma tentativa de ter tudo perfeito,

Para que não te possa criticar.

Um último olhar ao espelho,

E o tempo sempre a passar...

Finalmente ouves seus passos,

O teu coração bate apertado...

Pensar que um dia, por este maldito,

Te tenhas apaixonado!

A chave na porta, ele entra,

Dizes "boa noite", com voz embargada.

Ele só pergunta pelo jantar,

Olha-te como se estivesses amaldiçoada.

Não quer saber do teu olho negro,

E tu nem sonhas em te queixar.

Seria dar-lhe mais um motivo

Para de novo te espancar.

Com uma vida tão perfeita,

Quem imaginaria tal sorte?

Agora tudo o que pedes

É que na próxima vez venha a morte.

E teus vizinhos que ouvem,

Que sabem e ficam calados...

Fingem que nada se passa,

Todos eles são CULPADOS!

Foge daí, Mulher! Liberta-te!

Larga esse maldito terror.

Tens direito a Viver!

A ser Feliz! Ao verdadeiro Amor!

Vera Silva
Enviado por Vera Silva em 23/11/2006
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