Maldito
Um olhar a medo para o relógio
Em que as horas teimam em não parar...
Um suspiro, um engolir em seco,
Porque o maldito está a chegar.
Uma tentativa de ter tudo perfeito,
Para que não te possa criticar.
Um último olhar ao espelho,
E o tempo sempre a passar...
Finalmente ouves seus passos,
O teu coração bate apertado...
Pensar que um dia, por este maldito,
Te tenhas apaixonado!
A chave na porta, ele entra,
Dizes "boa noite", com voz embargada.
Ele só pergunta pelo jantar,
Olha-te como se estivesses amaldiçoada.
Não quer saber do teu olho negro,
E tu nem sonhas em te queixar.
Seria dar-lhe mais um motivo
Para de novo te espancar.
Com uma vida tão perfeita,
Quem imaginaria tal sorte?
Agora tudo o que pedes
É que na próxima vez venha a morte.
E teus vizinhos que ouvem,
Que sabem e ficam calados...
Fingem que nada se passa,
Todos eles são CULPADOS!
Foge daí, Mulher! Liberta-te!
Larga esse maldito terror.
Tens direito a Viver!
A ser Feliz! Ao verdadeiro Amor!