Rotina


Todos os dias pega o metrô,
Desce na mesma parada,
Na frente do camelô.
Sua vida está destinada:
É uma linha monocórdia,
Ninguém rompe esta mudez.
Ah! Se ao menos a discórdia
Entrasse nesta aridez!
 
Um dia a mesmice cansa,
E ela anda mais devagar.
Sua rotina balança.
Então resolve parar.
Escuta a música pura
Que toca o vento ao correr.
Fecha os olhos, e a pureza
Da rua penetra em seu ser.



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