VIDAS METROPOLITANAS
Vejo crianças bonitas, perfeitas,
vivendo uma realidade insana.
Vejo tantas vidas desfeitas,
perdidas na realidade mundana.
Entre ruelas sujas, estreitas
e avenidas, largas, modernas.
Entre guaritas, postos e casernas
Imperio da prostituição e da droga
Reino do caos e das badernas.
Mas os edifícios majestosos,
parecendo tocar o céu.
São projetos faraônicos, fabulosos
e deixam o humano ao léu
Em papelões, compensados,
enquanto o luxo se assoberba,
se aglomeram os favelados,
nos morros que lhes sobram.
Mas ... É a metrópole...
Cidade grande, cidade enorme,
que não para, que não dorme.
Se rica ou pobre, nem se dá conta.
Enquanto miseráveis labutam,
tornam brutos em líquido,
o lucro que o rico aponta
Ë a vida calada, sofrida!
Lamuriam entre sorrisos e prantos.
É a morte afirmam outros tantos.
Vida ou morte? Morte ou vida?
Vida danada! Vida clandestina!
A que causa se destina?
A julgar, Tenho receio!
Não sei se canto ou se choro.
É a vida em decadência,
pois o humano, neste meio
Perdeu toda a sua essência.
Não é gente, é um esporo.
Simples forma de sobrevivência.