Sou brasileiro
Sou brasileiro igualzinho você e ele
Amo o Brasil não por ser Brasil, mas
por ter nascido nesta terra braseira
Nasci em campos gerais e toquei bois
E como eu andei, andei, andei tanto!
Vivi êxodo e, depois, me fiz citadino
Fábrica, indústria e serviço ao redor
Favelas, eu já convivi muito com elas
Shoppings, vez em quando vou até eles
Só não esqueço a minha terra braseira
Nada de particularmente celestial me
mantém aqui. Às vezes, desisto. Sim?
E tenho razões por ver nosso desamor
antropológico, em modos servis. Vis
Só não abandono o braseiro que é meu
Detesto o nosso jeitinho acima da lei
Odeio o nossos descasos ético e moral
Rechaço nossas mentira e roubalheiras
A injustiça aqui presente me destroça
Mas amo esta terra de belos braseiros
Exterminem nossa igualdade, mas jamais,
conseguirão aniquilar a nossa dignidade
Sim: podem querer, fazer o que quiserem
Podem até destruir as nossas esperanças
Não conseguirão matar de vez a nossa fé
Sou brasileiro igual a você. Há dúvidas?
O campo ficou onde devia. É o progresso!
Agora impera a cidade. Somos urbanóides!
Brasileiro em terra braseira. Fogueiras!
Um dia verei a nossa maioridade. Verei?