Penúria
Estava dormindo sozinho
Numa noite fria
Entre cobertores de linho
Uma lamúria eu ouvia
Julguei ser o vento ululante
E seu agudo gemido
Na janela murmurante
Rente ao meu ouvido
Escutei gritos vívidos
Em meu caminho a faculdade
Jaziam no chão os desprovidos
Gemendo na frígida realidade
Não era um sonho inglório
Era sim um pesadelo real
Daquele povo simplório
Vivendo uma vida irreal
Dali para frente
Sempre que vou descansar no sono
Choro e oro por essa gente
Que na pele sente a frieza do abandono.