SOMOS, AFINAL, POETAS E PROSADORES

Todo ano é ‘quase’ a mesma coisa:

Vamos mudar a partir deste próximo ano!

E lá continuamos com poucas mudanças.

Fazemos promessas e mais promessas,

E todas, ou ‘quase todas’, não as cumprimos...

Ou, simplesmente esquecemos algumas...

Prometemos a nós mesmos que seremos diferentes:

Seremos bons cidadãos, bons amigos, bons amantes,

Bons profissionais, (e nós, amantes das letras),

Dignos do nosso difícil ofício das letras.

E, como bom em tudo que pretendemos ser,

Somos um pouco de ‘quase’ nada.

Mas, afinal, somos os detentores, em parte,

Do nosso eu interior, somos poetas e prosadores!

01 de Janeiro de 2004.