Ópio, maldito pó

Correr já não basta, caminhos não tem

Os desejos perdidos morreram também,

A verdade é fantasma por tantos conflitos

Que a dor da fraqueza insita a fugir

Em voar por veredas que saídas não tem.

Sentar no escuro sem asas pra ir

Desespero de vozes que o pensamento

Por ansia incontida, não consegue ouvir.

E a flor sem perfume por flor nunca ser

Do branco indevido de prisma se faz

Desenhando arco-íris em mentes perdidas

E nos olhos dementes figuras doentes

Flutuam no espaço e fazem voar

Como aves perdidas ao léu e sem rumo

Que qualquer vereda de caminho se faz

Desde que a vontade seja apenas fugir,

De que adianta na rota de fuga

Por medo ou loucura inalar ilusões

Pintando o infinito de cores sumidas

E na volta, a alma perder a estrada

Por tantos vazios e não voltar mais.

De que adianta deitado no tempo

Ir no teto dos sonhos buscar fantasias

Voltar na angustia e não viver mais?

Perder os sentidos, que um dia atrevidos

Lutavam na busca de apenas vencer

E nos olhos o brilho de tantas conquistas

Levavam a mente a cantar e viver.

Mas a flor sem perfume por flor nunca ser

Do branco indevido que de prisma se faz

Desenhando arco-íris em mentes perdidas

Impõe a vontade de apenas morrer;

E nos lábios selados por mais não poder

Falar ou sorrir ou dizer um adeus

A vida perdida chorando pergunta:

PORQUÊ ?

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 29/08/2011
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