Véspera de natal.

Não vou dizer que não dói,

É tanta gente se matando,

A fome chega longe,

Pessoas em miséria,

E a violência cresce... Vai longe,

À esquerda uma mão procura um trocado,

À direita uma mão que nega,

À minha frente um corpo cai...

Vejo tudo de “camarote”...

Só tenho duas mãos, quem segura o corpo?

É trágico... E a ignorância do mundo faz piada...

“Se viu o neguinho lá da favela? Levou tanto tiro que ficou parecendo uma peneira”.

A mesma ignorância que chora a morte do “loirinho” de olhos verdes, que de tão bêbado e drogado bateu seu carro no poste e morreu.

E o homem, algoz de sua casa,

Destrói sua morada...E reclama do calor...

O mesmo homem que chora a morte de um irmão,

E ri da desgraça de seus iguais.

É triste a solidão de Deus,

Que sozinho não faz nada...

E quem diria... É véspera de natal.

Leo Magno Mauricio
Enviado por Leo Magno Mauricio em 23/12/2006
Reeditado em 23/12/2006
Código do texto: T326446