Anjos Caídos
Estas tuas mãos que pegam um cigarro
Ou que influenciadas roubam um carro
Poderiam estar escrevendo na escola
Teus pés que poderiam estar jogando bola
Estão correndo da polícia, do perigo
E te levam para longe de Deus, o teu amigo.
Quanto mais corres, Dele e de ti te afastas
Não percebes as conseqüências nefastas
Desta tua louca e tola aventura
Dribla, oh, Anjo Caído, este mal que te procura
Este jogo em que estás é difícil, é duro
Mas o que perdes ou ganhas é só o teu futuro.
Estas tuas mãos que matam um semelhante
Poderiam lapidar uma vida brilhante
Mas além de trazerem precocemente a morte
Trazem o ódio e esquecem que a vida tem sul e norte
Rebela-te! Rebela-te e volta, oh, Anjo Caído
Volta à tua livre consciência e ao paraíso por ti esquecido.
Esta tua boca que profere injúrias e palavrões
Poderia dizer carícias e conquistar corações
Mas preferes as conquistas pela força e violência
Que são conquistas vãs e mal têm aparência
Estás a queimar todas as tuas chances de vida
Que é um jogo sem segunda fase da partida.
Tua consciência, crente numa pseudoliberdade
Não dá ouvidos à dura verdade
Que não queres de forma alguma enxergar
Porque tens um medo estúpido de se rebaixar
Procuras bem no teu âmago profundo
Resposta para este teu sentimento imundo.
Choras Anjo Caído? Isso mesmo, chora
Quem sabe tua alma é lavada agora?
As palavras doem mais que bofetada na face
Porém não estás preparado para o desenlace
Do que é imaginário e do que é real
E assim preparas teu próprio funeral.
Choras porque dizes terem te derrubado
Mas da tua queda também és culpado
Ah, se tivesses percorrido com teus passos…
O caminho te seria menos cheio de percalços
Aprende então a andar também sozinho
Porque Deus abençoa o Bom, perdoa o Mal e dá o Espinho.
Se não entendeste nada do que eu disse
Sinto muito! Tenho dó da tua tolice
Não vou explicar nenhuma palavra minha
Entendas o quanto tua inteligenciazinha
For capaz de captar com atenção
Afinal, não te achas capaz de qualquer realização?
E isso é tudo, Anjo Caído – Adolescente -
Ser que se acha Senhor e é dependente
Das drogas, do crime, dos outros e da Existência
Porque não compreende que não existe auto-suficiência
Ainda bem que Deus, Pai justo e terno,
Semeia muitos bons frutos para salvar este inferno.
Cícero