Sinais do Apocalipse
Já soaram todos os acordes celestiais
E os anjos tocam suas trombetas também.
Deus,há muito, envia vários sinais
Mas os homens de si mesmo são reféns.
Quem somos nós, humanos seres,
Para duvidarmos da Divina Providência?
Deus sempre nos dá provas de Seus poderes
Mas os homens continuam com sua displicência.
Por que Ele não pode mostrar-se em simplicidade
Se o que vale é a riqueza espiritual?
Se o materialismo é feito de fugacidade,
Por que Deus não é visto de forma incondicional?
Apontam para um total colapso
Todos os sinais que Deus nos envia
A humanidade pagará por seu consciente lapso
E o fim será de ranger de dentes e dura agonia.
O Oriente Médio estremece a cada ato de infâmia crua,
Lá predominam a intolerância e a estupidez.
Enquanto a paz é mutilada e deixada nua
O povo é levado a esquecer o que Deus já fez.
A África é dizimada pela miséria, Aids e fome,
Resultado de séculos de exploração e esquecimento.
Tal estado não tem sequer um justo nome
E a única certeza é o global isolamento.
E todo o resto do mundo já assiste;
Que triste alegria; à ruína do Capitalismo.
A pobreza se espalha tal peste que a tudo resiste
Sem ter sido combatida com realismo.
Nesse momento toda estabilidade é instável
E é suspeita toda e qualquer verdade.
Não há como crer no acreditável
E nem descrer do que pode ser irrealidade.
Enquanto se matam israelenses e palestinos,
Enquanto se ameaçam paquistaneses e indianos,
Enquanto morrem de fome meninas e meninos,
A preocupação é conhecer os segredos iraquianos.
As religiões e igrejas se multiplicam e se ausentam
Sem escrúpulos de enriquecerem nefastamente.
Os escândalos às entidades desmoralizam
E há líderes nessa porção deprimente.
Caem vertiginosas as Bolsas de Valores
E para erguê-las desvalorizam a moralidade,
Cutucando as chagas e aumentando as dores
De uma tão sofrida e culpada humanidade.
Enquanto explodem crises em todos os cantos do planeta
A preocupação de cada parte é o próprio umbigo.
Enquanto isso o querubim continua a tocar sua trombeta
Anunciando o Apocalipse como justo castigo.
Na América uma truculenta incompetência,
Julgam-se Deus do alto de sua arrogância
E por pura falta de inteligência
A força é sua arma de intolerância.
A Europa, velho berço decadente,
Rendeu-se e não tem mais forças para reagir.
Seus princípios ruíram com o antigo continente
E agora é só esperar pelo que há de vir.
Deus, que raça é essa que criaste do pó?
Somos mesmo Tua imagem e semelhança?
Desata-nos ó Deus, deste cego nó
Que nós nos demos e dá-nos esperança.
Cícero