Meu choro
Eu choro porque vejo a vida diferente
Olho o amargo e conheço o doce
Choro pelas inquietações e prisões
pelas almas abandonadas na calçada
Choro pelos cantos pensando nos presos
perdidos, banidos, vivendo em cativeiro
Eu choro porque alguém precisa de choro
Do amargo, e da felicidade de ser enxergado
choro pela integração de raças, maltratadas, machucadas
Eu ainda choro pela libertação
E pela consciência da adolescência
Choro ainda mais que tudo porque sei
Que viver é um ato duro
E que os próprios homens é que fazem as prisões
Constróem solidão e mesmo o seu caixão
Vetam a liberdade e destróem tudo, tudo
Que a gente nem sabe quem fez...