Guerra urbana

Ouço um barulho de freada forte

Levanto do sofá e vou olhar a rua

Mais um inocente conheceu a morte

E não vai mais ver estrelas nem lua.

D’outro lado um carro capotado

Em volta, sangue e um monte de gente

No volante um playboy embriagado

No asfalto um corpo pobre e indigente.

Não, não é cena de cinema ou novela

É a luta da dura realidade humana

A que dá ibope para a grande tela

Só mais uma batalha da guerra urbana.

Em qualquer rua, em qualquer praça

Um mendigo qualquer estende a mão

Nem olho, não participo desta desgraça

Esmola não alivia a miséria de coração.

Não, não é cena de cinema ou novela

É a luta da dura realidade humana

A que dá ibope para a grande tela

Só mais uma batalha da guerra urbana.

Numa rua ouço o grito de uma senhora

Alguém puxou a bolsa da sua mão

Saiu correndo rápido pela rua afora

Iniciando assim uma inútil perseguição.

Noutro lugar, que a rua, mais seguro

A caneta passeia suave pelo papel

Atitude que define o rumo do futuro

De quem precisa do açúcar e bebe o fel.

Não, não é cena de cinema ou novela

É a luta da dura realidade humana

A que dá ibope para a grande tela

Só mais uma batalha da guerra urbana.

Eu teria muitas outras cenas a dizer

Mas fica por conta de cada imaginação

Pois todo espaço é pouco para descrever

Todas as batalhas desta guerra sem razão.

Cícero – 20-12-05

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 19/12/2011
Código do texto: T3397411
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