Pororocas

Águas que não se misturam, mas se chocam

Num fascinante espetáculo que a natureza oferece,

Soberbo mistério que o homem desconhece

Encontra-se na magia desse fenômeno chamado pororoca.

Navego meu pensamento pelas águas barrentas do Solimões

E deixo minhas apreensões serem levadas pela correnteza do Negro,

No instante em que ocorre esse cruzamento que é chamego

Os enigmas da vida adulteram sonhos e aspirações.

A incompreensão salta fulminante diante dos olhos

E na aridez do conhecimento o homem exila-se da luta,

Nem mesmo temperando-se os ingredientes da força bruta

Consegue-se esvair dos alicerces espinhos e abrolhos.

Negro e Solimões são responsáveis por essa monumental alquimia

Enquanto a vida do homem produz pororocas eivadas de utopias!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 04/01/2012
Código do texto: T3422234
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