O Pinheirinho

O Pinheirinho

Malgrado sua pujança

Deceparam o Pinheirinho

Homens, mulheres e criança

Jogados como lixinho

Ocupação irregular

Cresceu ao longo dos anos

Foi-se o dono incomodar

Quando já gastos os panos...

Se a justiça foi morosa

Não cumpriu o seu papel

Derrubada desonrosa

Criminosa e infiel

Não protejo invasores

Nem sua forma de agir

Mas ouçam lá, seus doutores

Porque demorou em bulir

A reintegração de posse

É medida liminar

É como aquele que tem tosse

Pra sarar, tem que tratar

Não pode esperar a doença

Porque esta o pode matar

Por isso, vênia, licença

A posse velha é de vingar !

Não discuto as mazelas

Atrocidades sem fim

Da polícia contra elas

Flores mortas, em seu jardim

O cidadão que não zela

O patrimônio que tem

Deixa crescer a favela

Depois quer, de novo o trem

Razão eu não lhe daria

Pela incúria praticada

Zelasse-a no dia a dia

Sem deixar, abandonada

A pobre gente gastou

Do sustento alimentar

E o avaro derrubou

Sem piedade, humilde lar

Foram sonhos de uma vida

De esforços inauditos

Que sentença, mal parida

Fez centenas de aflitos

Pobre gente, sem guarida

Que a ira de seus inimigos

Leve infortúnio à sua vida

De ricos, virem mendigos

São Paulo, 29/01/2012

Armando A. C. Garcia

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