Empobrecidos a Crédito

Compre muito e pague pouco,

Colabore com a mídia e seja louco,

Preencha seu vazio com muita calma,

Cale todos os gritos da sua alma,

Olhe pra fora e adquira o que quiser,

Olhe pra dentro e veja se puder,

O ter consentido e sem voz,

O ser sem sentido e sem nós,

A era do prazer desvairado,

O dia-a-dia do fardo pesado,

Sem tempo pra vida sem tempo pra nada,

Com fome de tudo que sacie a manada,

Há quem acredite que a escravidão acabou,

Há quem duvide que a felicidade chegou,

Mas os homens clamam por progresso,

As mulheres se expõem pelo sucesso,

Os interesses encurtam a nossa infância,

A velhice chega ao ápice da ignorância,

Na verdade não sou pessimista,

Sou mais um nessa cidade,

Sou mais uma necessidade,

Sei que não é por maldade,

É somente vaidade.

Geraldo Faria
Enviado por Geraldo Faria em 10/02/2012
Reeditado em 29/02/2012
Código do texto: T3490729
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