Cadê?!
Cadê a boneca que fala¿
Cadê o pião fujão¿
Cadê a menina encantada ¿
Cadê o menino brigão¿
Cadê a criança marcada¿
Com a lenha e o galão
Cadê a vida sonhada¿
Com escola e diversão
Cadê o sorriso paterno¿
O endurance do ego
Cadê a ternura diária¿
Que lapida o coração
Cadê o colo de mãe¿
Que cura qualquer dodói
Cadê a mesa farta¿
Do alimento que constrói
Cadê a moda de viola¿
Cadê a catira do entardecer ¿
Cadê a varanda iluminada¿
Com os olhos do saber
A noite chega bem depressa
E logo cedo embarca
Ficará como viajante
Na árdua e longa jornada
Enquanto existirmos
A levaremos na mala
Companheira sempre fiel
Ainda que maculada
Jamais nos separemos de nossa criança
Reclusa numa clausura
Perpetuando-se dentro de nós
Nas entranhas do nosso existir