Não minta

Expressar a raiva que me toma agora

É desperdiçar papel e tempo

Então me tomo de mim e da ira

E vou buscar sonhos de conquistas

Indo em busca dos covardes para vencê-los,

Procurando inúteis demagogos para puni-los.

Procurar vis homicidas para banhá-los

No próprio sangue e fazê-los sentir

A dor da perda que tanto já fizeram sentir.

Expressar a raiva como se fosse vingança

É desperdiçar o pensamento

Mas buscaria, de bom grado, os ratos,

Os vermes burgueses que fabricam a fome,

E os enforcaria nas próprias gravatas de seda,

Ou nos cadarços dos sapatos

Comprados pelo preço do sangue

Que tantos derramam sem poder lutar.

Buscaria os colarinhos brancos

Que desfilam suas limousines douradas

Fumando charutos cubanos

E os faria vomitar suas vísceras podres.

Não é raiva nem vingança, apenas um sonho

Um sonho de conquista, de prazer,

Talvez me chamem de violento, insensível

Mas qual a diferença entre mim e você?

É que você não diz o que quer fazer

Talvez por medo de você mesmo

Ou ainda por medo do que diriam,

Mas na verdade você quer o mesmo...

Não minta!

José João da Cruz Filho

jjcruzfilho.blogspot.com.br

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 22/03/2012
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