MENINOS DAS MARQUISES

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Da minha vidraça tosca, embaraçada
Vejo uma cena que me doí na mente,
Sobre calçadas frias e encharcadas
Dorme crianças sob um sol nascente.

Sem lenitivo e bastardos do mundo,
Sem a guarida dos pais da nação,
Tendo o vento como companhia
E o abrigo de algum papelão.

Se é de dia se apegam no vício;
Hora pedindo um pedaço de pão,
Vendo nos olhos de alguns transeuntes
A ameça de toda nação...

E vão seguindo sem rumo e sem planos,
Sempre em busca de uma solução,
Vendo nas mãos de alguns papa-níqueis;
A esperança e seus sonhos em vão.

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Vantuilo Gonçalves
Enviado por Vantuilo Gonçalves em 30/03/2012
Reeditado em 03/04/2012
Código do texto: T3584590
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