Pombais de Pedra
Pombais de pedra
As casinhas empilhadas
Em caixotes cinzas
Espalham-se ao horizonte
Em espigas
Pombais de pedra.
Prisões .
Derrubam a memória
Fragmentam a história
Constroem arranha-céus
Elevando-se negros
E cinzas aos céus
Colunas de mármore
Esquecidas
Em uma cidade
Enlouquecida
Apitos, barulho,urros
Somente quem não ouve
É surdo
Luzes, cartazes, berros.
Somente que não vê
É cego
E a vida passa
E se passa a vida
Entre suas muralhas
De pedra fria.