RODA VIVA

Vitória régia regida,

ave que a noite voa,

bicho de carrossel,

dama da noite à toa.

Vozes em semi-tons,

suspiro ressonante,

sino que badala uno som,

mugido de gado ruminante.

Poça de lama e porcos,

parcos reis e rainhas,

lágrimas em olhos secos,

mãos de mal traçadas linhas.

Cálida troca de toques,

toque de recolher,

venda nos olhos do povo,

subterfúgios do sobreviver.

Seca de amor no litoral,

chuva de dor no sertão,

luz vermelha, bacanal,

temporal, vaga emoção.

O pecado titulado,

roda viva, réu contido,

triturado o pudor,

nó apertado corroído.

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 11/04/2012
Código do texto: T3607137
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